terça-feira, 3 de maio de 2011

Sempre Foi Feito Assim...

A história é antiga, porém continua atual em muitas organizações.


Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de pancada. Passado mais algum tempo, mais nenhum macaco subia a escada, apesar da tentação das bananas. Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que lhe bateram. Depois de alguma surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na surra ao novato. Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído. Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: "Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui..."


É curioso como aparece com freqüência a resposta "não sei, as coisas sempre foram assim por aqui..." nas atividades que envolvem os setores governamentais. Na administração pública, em todos os níveis e poderes, no campo administrativo e operacional, a análise de resultado dos processos é o ponto mais falho. E é a ausência das verificações funcionais junto às rotinas laborais que gera a estagnação dos resultados, o amortecimento da crítica, a subutilização de talentos e a repetição de índices mínimos de produtividade. Além disso, a defasagem nos processos de trabalho determina a reprodução de erros, a não compreensão dos procedimentos e o descomprometimento com a melhoria.

Para um processo de trabalho alcançar a excelência, deve estar inserido em atividades e programas que integrem um plano de ação. Esse plano deve ser realizado de acordo com as diretrizes estrategicamente definidas. Os resultados gerados precisam ser checados e, com base nas aferições, os procedimentos devem ser aperfeiçoados ou as ações devem ser redefinidas por meio de ajustes ao plano original.

Com a eficiência sendo exigida a partir da condição de princípio constitucional da pública administração, não é possível não saber os resultados que serão produzidos, muito menos se admite aceitar que os protagonistas das ações de governo não saibam o porquê de seus procedimentos. Na esfera governamental, a eficiência é um dever e não uma opção. O fato é quem não conhece ou não sabe as razões que envolvem os procedimentos estratégicos, administrativos e operacionais, não sabe os resultados que irá produzir. E não ter noção do que faz é estar em constante risco. 

A ausência de razões para explicar procedimentos não pode gerar dogmas ou "verdades absolutas". A única verdade absoluta, em termos de gestão, é a certeza que tudo a todo tempo muda, inclusive os objetivos institucionais, então os meios (processos) precisam ser atualizados para viabilizar e qualificar os fins (resultados). O desafio é, pela checagem de resultados, substituir a afirmação do "sempre foi feito assim..." pela indagação "como eu posso fazer melhor?"

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